O Ano Santo acontece desde o século XIII na História da Igreja. Quando ocorriam acontecimentos importantes, os Papas proclamavam sempre o Ano Santo com um tema de reflexão e prática cristã. O último Ano Santo – chamado de Grande Jubileu – foi proclamado pelo Papa São João Paulo II, no início do novo milênio, no Natal do ano 2000. Foi o “Ano de graça do Senhor e uma Nova primavera de vida cristã”. O Ano Santo acontece de forma ordinária, de 25 em 25 anos. Este proclamado por Papa Francisco é um Ano Santo Extraordinário, pois faz 15 anos do último e pela Porta Santa passaram 87 milhões de pessoas.
O Papa Francisco publicou uma carta anunciando o Ano Santo em 2016. A Carta. Misericordiae Vultus, o Rosto da Misericordia. Ele nos convoca a viver e experimentar a misericórdia. Este ano é chamado o Ano da Misericórdia. Em sua carta ele anuncia o rosto da Misericórdia e convidou toda igreja à abertura solene deste Ano Santo. Ele abriu a Porta Santa no Vaticano, no dia 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição. Também é um acontecimento para celebrar os 50 anos de encerramento do Concílio Vaticano II. Nossa Diocese abriu a “Porta Santa da Misericórdia” da Catedral, dia 13 de dezembro.
Nos Anos Santos, acontece o privilégio da indulgência, mas só recebia os que iam ao Vaticano e atravessavam a Porta Santa. No entanto, para este ano extraordinário, o Papa Francisco concedeu que em todas as Catedrais também fosse aberta a Porta Santa. Dessa forma, todos terão a oportunidade se passar pela Porta Santa e receber o privilégio da indulgência.
A porta santa de Nossa Catedral foi aberta. Será um ano celebrativo. Um ano dedicado a vivenciar a misericórdia do Pai. A indulgência Plenária será alcançada por todos os que atravessarem a Porta Santa. Durante o Ano de 2016, até a Festa de Cristo Rei em 24 de novembro. A mesma indulgência que receberá quem vai à Basílica no Vaticano, também receberá os que atravessarem a Porta da Catedral de nossa Diocese, que foi aberta solenemente em Rito Especial. Para isso é necessário: Estar em Estado de Graça: tendo confessado; estar em peregrinação com esta intenção; ter comungado; rezar pelo Papa e Pela Igreja.
O Porquê da porta queridos irmãos e queridas irmãs? Não é apenas uma porta comum de madeira. Jesus, no Evangelho de João (10,9) disse: “…eu sou a porta das ovelhas” Todo aquele que entrar por esta porta terá entrada livre. Jesus também disse: “Eu sou o caminho a verdade e a vida” (Jo 14,6). Só vamos ao Pai se atravessarmos a Porta que é Jesus. Ninguém vai ao Pai ou chega ao paraíso sem passar por Jesus Cristo. Somente Jesus é a Porta. Por Ele o Pai vem a nós e nós vamos ao Pai. A “Porta Santa” é simbólica e significativa. Ela representa Jesus. Quem quer a Salvação tem que passar por Jesus. A Porta Santa se torna o sinal sacramental, sinal litúrgico de que Jesus é a porta da nossa vida.
Queridos irmãos e queridas irmãs, como vamos viver o Ano Santo? Durante este ano, todas as Dioceses farão peregrinação para passar pela Porta Santa. Em nossa diocese todas as paróquias irão organizar peregrinações à nossa Catedral. Os Padres com os grupos de fiéis e irão Celebrar juntos. Todas as paróquias, todas as comunidades da Diocese organizarão em suas peregrinações.
A indulgência é uma Graça Especial que recebemos de Deus através da Igreja. Jesus disse para Pedro: “…tudo o que ligares na terra será ligado no céu e tudo que desligares na terra será desligado no Céu” (Mt 18,18). Jesus deu para a Igreja essa autoridade. A Indulgência Plenária é esta graça especial. Uma graça plena, absoluta e especial que nos concede a remissão total de nossos pecados.
Vocês, talvez, perguntarão: Na confissão não recebemos a absolvição e o perdão de Deus? Sim, recebemos a absolvição dos nossos pecados no sacramento da confissão, mas muitas vezes permanecem em nós as consequências desses pecados. Na indulgência Plenária recebemos a o perdão dos pecados e também das consequências deles, tantos dos pecados atuais, quanto dos passados.
Este ano será de graça, de reconciliação e perdão. Um ano de purificação! Um ano de remissão, de renovação espiritual. Renovação da nossa fé, da nossa vida cristã. Um ano especial de graças, de conversão, de mudança de vida e de remissão. Um privilégio neste Ano da Misericórdia. Também será um ano de reconstrução de nossa atenção aos irmãos mais necessitados, com os mais pobres, com os oprimidos pelas injustiças.
Por mais que erremos, por mais que caiamos na fragilidade, a misericórdia do Pai é maior. O filho pródigo (Lc 15, 11- 32) saiu de casa numa atitude mesquinha, mas o pai sempre esperava sua volta. Quando ele voltou para casa, maltrapilho e pecador, o pai dá-lhe um grande abraço e faz uma festa. O filho que estava perdido voltou! O pai não o castiga, mas ao contrário usa de Misericórdia.
Jesus veio ao mundo mostrar através do seu rosto, e de suas atitudes, a Misericórdia do Pai. Por isso Jesus andava com os pecadores, entrava na casa dos publicanos, acolhia as pessoas discriminadas e as consideradas de má conduta. Jesus não excluía ninguém e também buscava os mais simples, os pobres, os sofridos. Jesus foi censurado por se sentar à mesa com os pecadores públicos. Ele demonstrava que não veio chamar os justos, mas os pecadores. Não são os sãos que precisam de médico, mas os doentes. Jesus veio com seu coração aberto manifestar Misericórdia do Pai. A misericórdia do Pai é maior do que os nossos pecados, maior do que os nossos defeitos. Santa Terezinha do Menino Jesus dizia que mesmo que tenhamos os maiores pecados, as maiores atitudes extraviadas, mesmo assim devemos voltar a confiar na misericórdia do Pai. Jesus veio representar o Corpo misericordioso do Pai. Por isso o Papa Francisco escolheu como tema: “Sede misericordiosos como vosso Pai”. (Lc 6,36)
Queridos irmãos e queridas irmãs, nós necessitamos da misericórdia do Pai. Somos usuários da misericórdia de Deus. Deus não fecha o seu coração. O coração de Jesus está aberto para acolher a todos. A misericórdia de Deus vence! A misericórdia de Jesus vence qualquer pecado, qualquer erro e o seu coração tem espaço para todos. Sendo receptores da misericórdia do Pai, também devemos ter misericórdia com os irmãos. O Papa Francisco, na carta o “Rosto da Misericórdia” nos relembrou as obras de Misericórdia. São elas:
Obras de misericórdia corporais:
1) Dar de comer a quem tem fome
2) Dar de beber a quem tem sede
3) Vestir os nus
4) Dar pousada aos peregrinos
5) Visitar os enfermos
6) Visitar os presos
7) Enterrar os mortos
Obras de misericórdia espirituais:
1) Dar bons conselhos
2) Ensinar os ignorantes
3) Corrigir os que erram
4) Consolar os tristes
5) Perdoar as injúrias
6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo
7) Rezar a Deus por vivos e defuntos.
Queridos irmãos e queridas irmãs, vivamos com muita fé este ano da Misericórdia. Somos convidados a sermos exemplos de Cristãos praticando as obras da Misericórdia.
Com minhas Bênçãos!
Dom José Ubiratan Lopes – OFMCap