Mais uma vez o povo de Paraty esteve reunido para celebrar sua padroeira, vivendo um tempo fecundo em que a Virgem Maria nos conduzia pela mão, nas estradas da fé, esperança e amor. Foram 10 dias participando de procissões, recebendo padres de outras paroquias e dioceses, e ouvindo falar sobre as graças com que Deus coroou Santa Maria, aquela que nos oferece Jesus ,o único remédio que pode curar qualquer dor e aflição.
A festa de Nossa Senhora dos Remedios, mais do que pertencer a Maria é a festa do povo – disse um dos padres em sua homilia. Enfeitamos as ruas, decoramos a igreja, nos empolgamos com cada detalhe, tudo revertido em nossa própria alegria. A mãe é a homenageada e agraciada sim, com certeza ! Mas a festa é nossa, é a festa do povo de Paraty que ama a sua padroeira e junto dela quer estar. É o povo das comunidades, da costeira, da zona rural e centro historico, todos irmanados, unidos na intenção de rezar, suplicar e agradecer as bençãos recebidas, milagres que chegam na vida de cada um, grandes ou pequenos, despercebidos até, mas sempre presentes. Sabemos que é a Senhora dos Remedios que conduz esta cidade, entregando-a carinhosamente ao filho Jesus. E é no colo de Maria que precisamos estar a cada momento – nos disse padre Roberto -, para sermos por ela reconfortados como eternas crianças. E não há lugar mais doce e suave que o colo materno !
Voaram rápidamente os dias, em clima de alegria e plena beleza, de forma sempre inédita. Nunca uma festa se repete, a cada ano ela se refaz, surpreendendo quem participa, gente daqui mesmo ou devotos que visitam a cidade. Esta, conduzida por sete mulheres, diferentes entre si mas tão iguais no amor e devoção, brilhou pela simplicidade e harmonia, enaltecendo ainda mais a Senhora dos Remedios, tão bem citada pelos diversos padres que aqui celebraram. E outras festas se inseriam dentro desta, para júbilo nosso: os quatros anos de sacerdócio de padre Luis e um ano de diaconato do padre Wagner, realizados ali na Matriz.
Surgiram contratempos sim, mas toda festa costuma tê-los, seguindo o exemplo das bodas de Caná. Porém, Nossa Senhora vinha contornar qualquer dificuldade. Uma delas foi o resfriado que impediu nosso pároco de estar na abertura da festa, mas padre Milton e o diácono Paulo fizeram as honras da casa. E no terceiro dia, o domingo, voltava padre Roberto, para coroar a Rainha, junto com as crianças da catequese.
O toque especial ficou para o momento final das missas, quando o diácono Paulo interpretava a Salve Rainha, rezando e cantando suas estrofes à luz de velas, acompanhado pela música e toda assembléia. Foram 500 velas azuis, que iam se consumindo aos poucos, a cada dia da novena. Pesquisando um tema na internet, padre Roberto deparou-se com esse modelo de oração e logo adaptou para nossa festa. “Aos vossos pés, Senhora minha, peço socorro, salve Rainha” nos trouxe lágrimas aos olhos e alegria ao coração. Ficou na memória e também em muitos lábios e até ousamos dizer que incorporou-se a oração cotidiana de muitos devotos de Maria. Para que ninguém esqueça, voltemos a repeti-la em casa, a qualquer instante. Apaguem as luzes, acendam as velas e cantemos todos:
– Aos Vossos pés, Senhora minha, peço socorro, salve Rainha ! Assim seja…
Texto: Mara Bernardes
Foto: Milton Netto
Fotos da novena e da festa, confira no facebook da Pascom Paraty