A Festa do Divino celebra na Igreja Católica a descida do ESPIRITO SANTO em forma de línguas de fogo sobre Maria e os apóstolos , que se encontravam reunidos no cenário de PENTECOSTES, conforme promessa feita por JESUS CRISTO.Trata-se de uma festa das Comunidades reunidas, que tem origem bíblica e caráter evangelizador e promotor da fraternidade entre os homens.
Neste ano, os devotos da Festa do Divino em Angra dos Reis participaram das festividades com muita dedicação, fé e emoção, pois tudo foi preparado com muito carinho pelas comunidades católicas da Paróquia Nossa Senhora da Conceição.
Um dos destaques dessa tradicional festa é o Menino Imperador e seu séquito, sempre presentes na intensa programação religiosa e cultural, que contou com o apoio da Secretaria municipal de Cultura e Patrimônio.

Autoridades municipais,o prefeito Fernando Jordão (centro) o Menino Imperador e seu séquito, Frei Fernando Bezerra (direita) no Cais Santa Luzia
A programação religiosa começou no dia 26 de maio com a novena e terminou no domingo(4), com a grande festa de Pentecostes. ” Divino Espírito Santo Ajudai-nos a conservar a Unidade e a Paz” foi o tema da novena, realizada com Missas na Igreja Matriz, com ladainha, momentos marianos, procissões das bandeiras do Divino acompanhada pelos grupos da Folia de Reis e quermesses.

A novena com momento mariano foi encerrada com Hino Nacional e oração pelo Brasil
As atrações culturais foram realizadas no Caís Santa Luzia, onde foi montado o império do Menino Imperador para apresentação das danças folclóricas, shows, além de barraquinhas de comes e bebes.
Danças folclóricas mantêm tradição da Festa do Divino
A primeira noite da apresentação das danças folclóricas da Festa do Divino Espírito Santo viveu o clima do Império instalado no Cais de Santa Luzia, sob o comando do Menino Imperador, que esteve acompanhado do seu séquito. Arthur Conceição de Melo Coelho, de 11 anos, reinou no seu Império, diante das apresentações dos Coquinhos, Jardineiras, Velhos, Marujos e Lanceiros, que começaram na noite desta sexta-feira(2)e terminaram no domingo, dia 4.
No domingo, às 6h, aconteceu a Alvorada Festiva e amanhecer no Espírito Santo, com Santa Missa e Café Comunitário, às 9h30 tem a Procissão das Bandeiras, às 10h Missa Solene, às 16h aconteceu a última Missa Festiva, e logo depois a Procissão do Divino Espírito Santo, e em seguida a troca da Coroa do Divino pelo chapéu do Imperador. O pároco frei Fernando agradeceu a presença e a colaboração de todos que ajudam a manter a tradicão desta bonita festa na cidade de Angra dos Reis. Após as bençãos finais um grande coro se formou com grito de louvor: ” E viva o Espírito Santo!
Origem do Menino Imperador
Segundo a história existem duas versões que tentam explicar a presença do Imperador na Festa do Divino:
Na primeira consta que a rainha D. Isabel, num gesto de humildade, escolheu o homem mais pobre que assistia a uma missa e o coroou rei, colocando-lhe ainda, seu próprio manto e concedendo-lhe diversos privilégios. Este gesto foi muito apreciado pela nobreza local, que, com autorização do Dom Diniz, foi imitado nas localidades de Portugal, incorporando-se definitivamente, às festividades.
A outra versão nos revela a lenda, segundo a qual o Rei de Portugal teria prometido visitar uma de suas colônias na África durante os festejos do Divino. Desmarcada a visita repentinamente, a nobreza local, sentindo-se desprestigiada, escolheu um menino da localidade e vestiu-o como rei. Chegando a cidade de barco, o falso monarca recebeu da população diversas homenagens.
Muitas pessoas acham que a presença da figura do Imperador é uma recordação da visita que o Imperador D. Pedro II fez a Angra dos Reis, o que é totalmente errado, uma vez que a figura do Imperador do Divino tem registros muito mais antigos que a independência do Brasil, que ocorreu em 1822, quando foi criado o Império, que durou até 1889. Aliás, o próprio título de Imperador dado a D. Pedro I foi sugerido por José Bonifácio, que, preocupado com o detrimento do título de rei, preferiu o de Imperador, por ser o Imperador do Divino uma figura já conhecida e popular no Brasil, desde o início da colonização.
Mas, nós Cristãos não devemos esquecer que nos festejos em louvor ao Divino Espirito Santo, o Menino Imperador representa um elo entre o temporal e o espiritual. É a presença visível e palpável do coordenador de comunidade mais fraterna, procurando incutir em seus membros o recebimento dos dons e a colheita dos frutos do ESPIRITO SANTO.
É importante frisar que o Menino Imperador, embora participando de todos os atos litúrgicos e presidindo os eventos folclóricos, não é a figura central da festa, cujo objetivo de sua realização é homenagear o DIVINO ESPÍRITO SANTO, terceira pessoa da Santíssima Trindade, que muitas vezes é confundida com a figura do Menino Imperador.
Com alegria celebramos O DOM DA UNIDADE e da PAZ!
As danças folclóricas e seus significados na festa
Dança dos Coquinhos: os Coquinhos representam os filhos de escravos que dançavam homenageando o Menino Imperador. Usam máscara e capuz para não serem reconhecidos e levam, nas mãos, coquinhos que batem durante toda a dança.
Dança das Jardineiras: as Jardineiras representam as vendedoras de flores portuguesas. A dança é executada por um grupo de moças, metade vestida de jardineiras e metade vestida de jardineiros, trazendo nas mãos um arco florido.
Dança dos Lanceiros: os Lanceiros representam o corpo de guarda do Menino Imperador. A dança dos Lanceiros estava esquecida há muitos anos, quando, em 1976, foi revivida de forma incompleta e depois novamente esquecida. No ano de 1986 foi recuperada uma parte dela, que é a Valsa dos Lanceiros.
Dança dos Velhos: os Velhos representam os antigos escravos da terra que homenageiam o Menino Imperador com seus movimentos simples e alegres (semelhantes às quadrilhas juninas). Vestem-se com roupas confeccionadas em tecido barato, enfeitadas com renda e usam máscaras de papelão preto para não serem reconhecidos. Os Velhos dançam com castanholas e batendo os pés.
Dança dos Marujos: os Marujos representam os marinheiros da esquadra portuguesa que, segundo a lenda, tripulavam a barca que trazia o Menino Imperador. Vestidos com suas fardas, os Marujos dançam ao som de marchas e dobrados, evoluindo e formando diversos desenhos.
Equipe fotos Pascom
Colaboração /fotos: Wagner Gusmão
Assessoria de Comunicação PMAR