Homilia de Dom José Ubiratan Lopes, Bispo da Diocese de Itaguaí/RJ
Missa de 20 anos de Episcopado, em 20/02/2020, na Catedral Diocesana.
Excelentíssimos Senhores Arcebispos e Bispos, distintos irmãos no Ministério Episcopal;
Caríssimos Sacerdotes e Diáconos do Clero diocesano, religiosos e visitantes;
Estimados familiares e amigos, cuja presença, tanto me alegra.
Distintas autoridades constituídas aqui reunidas.
Queridos Paroquianos da Catedral e a todos os membros do Povo de Deus que compõem a Diocese de Itaguaí.
Uma saudação especial aos que acompanham pelas redes sociais e que posteriormente terão acesso a essas palavras, que agora dirijo a todos, com emoção e alegria…
Estamos reunidos nesta celebração em atitude de agradecimento e de louvor a Deus Pai, de onde provem e todos os dons para edificação da Igreja, de seu Filho Jesus Cristo, através do Espírito Santo.
Junto com todos vocês, quero elevar ao céu, uma prece de louvor e de ação de graças, pelos 20 anos de exercício de meu Ministério Episcopal e pelo governo, que na ação do Espírito Santo, tenho levado adiante nesta querida porção do Povo de Deus, que é a Diocese de Itaguaí.
Fui nomeado Bispo por São João Paulo II, no dia 17 de novembro de 1999 e recebi a Sagrada Ordenação Episcopal, pelas mãos do saudoso Cardeal Eugênio Sales, em 20 de fevereiro de 2000.
Após caminhada histórica, esta mesma Diocese, a mim confiada, jamais estive sozinho. Chego à conclusão de que a Providência Divina me acompanhou e assistiu, sempre iluminando e fortalecendo, cada passo dado ao longo dessas duas décadas.
Sou uma pessoa limitada e em processo diário de conversão, mas a vocação é divina, por ser uma eleição de Deus. Como a Virgem Maria, no canto do Magnificat, hoje eu também posso dizer:
“O Senhor fez por mim Maravilhas e Santo é o seu nome!” (Lc 1,49)
Acolhendo a mensagem de Jesus, entendo que, sem Ele, eu nada poderia ter feito. Sua eleição e escolha, da minha pessoa, para exercer, Ministério tão sublime, são envoltas de mistérios e se desenvolvem, na gratuidade de um amor, que me supera as capacidades intelectuais e todo o meu ser.
Por isso, eu disse sim, num ato de fé, que repito a todo instante, a cada dia diante das dificuldades e dos desafios que venho enfrentando. Sigo perseguindo a proposta da igreja, para o Ministério Episcopal, com alegria e perseverança e sobretudo, na fidelidade, Àquele que me escolheu.
As necessidades humanas e eclesiais são diversas, por isso, coloquei tudo de mim, a serviço de todos. Embora sabendo, que nem sempre tudo eu consegui realizar, devido às limitações, que nos são próprias, bem como a escassez do tempo e o processo histórico. Sempre confiei e continuo a apoiar-me, na ação do Espírito Santo.
“Eu semeei e Apolo regou, mas quem faz crescer e a graça de Deus” (ICOR 3,6)
A celebração de hoje, a nossa reunião em torno deste altar, em minha igreja Catedral, não é para assaltar minha pessoa, mas para reconhecer que tudo é dom e que, todo bem, vem do céu.
Nossa diocese de Itaguaí, completa neste ano, quatro décadas de sua ereção canônica, dada em Roma, pelo Papa que me nomeou Bispo. O querido e sempre, muito lembrado por todos os brasileiros sobretudo os cariocas, São João Paulo II. Aqui aproveito, para fazer memória, do primeiro Bispo, meu saudoso antecessor, fundador desta Igreja Particular, Dom Vital João Geraldo Wilderick, cujo restos mortais, descansam na sombra das preces dos fiéis que frequentam esta Catedral de São Francisco Xavier, para onde com reverência e gratidão, o transladamos, já a algum tempo.
Durante esses 20 anos, convivi e trabalhei com muitos sacerdotes, Missionários e incardinados no clero Diocesano. Muitos, já falecidos. Não escrevi esta história sozinho, mas com a participação, dos que por aqui passaram, e de tantos, que com alegria, servem com amor, o nosso povo nas paróquias e em tantas outras realidades pastorais.
Quero ainda, enaltecer a participação dos leigos e leigas, jovens e voluntários, que com alegria atuam nas diversas pastorais, em serviços de evangelização, muitas vezes, sacrificando-se, para dar a vida em favor dos irmãos, naquilo que receberam do Senhor.
Minha gratidão, aos tantos missionários, que vindo dos mais diversos lugares, gastaram suas vidas, evangelizando e servindo a nossa igreja. Quantas denúncias desses irmãos deixando a pátria, a família, para com generosidade servir os mais carentes, semeando a Palavra de Deus nos corações, de pessoas desconhecidas, em lugares estranhos.
O evangelho proclamado, apresentou Jesus sendo o Bom Pastor. (Jo 10, 11-18). O Bom Pastor conhece suas ovelhas e dá vida por elas. Ele não espanta, não espalha e nem divide, mas reúne todas elas, no mesmo rebanho, e deste modo, edifica união na diversidade. O Bom Pastor conhece todas as necessidades, sabe de todas as diferenças, e com paciência alimenta cura e ampara, cada uma, com solicitude paternal. encorajando e animando as ovelhas cansadas
Nas minhas orações, eu sempre peço a Deus, o meu maior desejo, segundo a sua vontade, que se realize em nossa Diocese e aqui seja instaurado, o Reino do Sagrado Coração de Jesus. Que Ele seja amado, acima de todas as coisas, servido acima de todos e anunciado com primazia, diante de quaisquer outros interesses, que possam haver entre nós.
Sim, que o Sagrado Coração de Jesus seja amado, acima de todas as coisas, servido acima de todos e anunciado com primazia, diante de quaisquer outros interesses, que possam haver entre nós.
O que dizer também da Virgem Maria, a Rainha dos Apóstolos e a Mãe de Misericórdia? Padroeira da maioria das Comunidades e paróquias de nossa diocese, senão, que do mesmo modo, que no coração de Deus, e na vida da igreja, na minha história, Ela ocupa um lugar muito especial. Em todos os momentos e situações, sinto sua presença e experimento a sua proteção, a intercessão materna, que ela me dispensa, enche de esperança e traz consolo, ao meu coração, por vezes cansado e fraco. Peço então, que jamais deixe de rogar por nós. Por todos os seus filhos e filhas, espalhados pelo mundo, peregrinos nesta terra, para que nossa caminhada, seja de Fé, esperança, amor e confiança na bondade Divina.
Por fim, agradeço, com afeto e orações, a todos que aqui vieram, para rezarem comigo. Meus irmãos Bispos, aos quais agradeço a amizade e apoio, lembrando carinhosamente, os que se fizeram presentes, de tantas outras maneiras, justificando as suas ausências, e a tantos que hoje, rezaram por mim.
De coração, quero agradecer, aos sacerdotes e diáconos, religiosos, consagrados e seminaristas, bem como, a todos os fiéis leigos, que aqui estão. Muitos vieram de longe e com muito sacrifício. Deus lhes pague!
Os amigos, os familiares, enfim, todos vocês, são dons preciosos de Deus na minha vida. Eu os trago no coração, com muito carinho. Sobretudo, meus irmãos e demais parentes que hoje estão aqui. Sei, que muitos desejavam, mas não puderam vir, por tantos motivos, mas ainda assim, quero agradecer e dar-lhes a certeza, de minhas orações.
Se estou aqui, como Epíscopo desta Diocese, é pela graça e eleição de Deus, e por aquilo, que minha querida família me transmitiu:
Deus é Amor! (I Jo 4,8)
Glória ao pai ao filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Itaguaí, 20 de fevereiro de 2020.
20 anos de Episcopado na Diocese de Itaguaí