Na noite desta quinta-feira, 20, foi realizada uma bonita Missa em ação de graças pelos 20 anos de ordenação episcopal de dom José Ubiratan Lopes, bispo da Diocese de Itaguaí. Estiveram presentes bispos do Regional Leste 1, padres e seminaristas, religiosas, amigos e familiares do bispo. Após a bonita missa que lotou a Catedral São Francisco Xavier, em Itaguai, dom Ubiratan recebeu os cumprimentos no salão da Catedral, onde foi servido um delicioso jantar para mais de 400 pessoas. Foi um momento memorável!
Confira a homilia da Santa Missa presidida pelo próprio Dom Ubiratan:
DOM JOSÉ UBIRATAN LOPES
Bispo Diocesano de Itaguaí – RJ
– Excelentíssimos senhores Arcebispos e Bispos
Distintos irmãos no ministério episcopal;
– Caríssimos Sacerdotes e Diáconos presentes
Do clero diocesano, religioso e visitantes;
– Estimados familiares, convidados e amigos
Cuja presença hoje aqui tanto me alegra;
– Distintas autoridades constituídas e todos os
Que detêm o poder, reunidos aqui hoje;
– Queridos paroquianos da Catedral e demais membros
Do Povo de Deus que compõe a Diocese de Itaguaí;
– Uma saudação especial aos que nos acompanham
Pelas redes sociais e que posteriormente terão
acesso de algum modo a essas palavras que
agora dirijo a todos com emoção e alegria…
Estamos reunidos nesta celebração numa atitude de agradecimento e louvor a Deus Pai, de onde provem todo bem e todos os dons para a edificação da Igreja de seu Filho Jesus Cristo, através do Espírito Santo.
Juntamente com todos vocês, quero elevar ao céu uma prece de louvor e ação de graças pelos 20 anos de exercício do meu Ministério Episcopal e pelo governo, que na ação do Espírito Santo tenho levado adiante nesta querida porção do Povo de Deus, que é a Diocese de Itaguaí.
Fui nomeado Bispo por São João Paulo II, no dia 17 de novembro de 1999 e recebi a Sagrada Ordenação Episcopal, pelas mãos do saudoso Cardeal Eugênio de Araújo Sales, na data de 20 de fevereiro de 2000.
Após esta caminhada histórica nesta mesma Diocese a mim confiada, jamais estive sozinho. Chego à conclusão de que a Providência Divina me acompanhou e assistiu sempre, iluminando e fortalecendo cada passo dado ao longo dessas duas décadas.
Sou uma pessoa humana limitada e num processo diário de conversão, mas a vocação é divina por ser uma eleição de Deus. Como a Virgem Maria, no canto do Manificat, hoje eu também posso dizer:
“O Senhor fez por mim maravilhas e Santo é o seu nome”
Acolhendo a mensagem de Jesus, entendo que sem Ele, nada poderia ter feito. Sua eleição, a escolha da minha pessoa para exercer ministério tão sublime é envolta de mistérios e se desenvolve na gratuidade de um amor que me supera as capacidades intelectuais e todo o meu ser.
Por isso, disse sim num ato de fé que repito a todo instante, a cada dia, diante das dificuldades e dos desafios que venho enfrentando. Sigo perseguindo a proposta da Igreja para o Ministério Episcopal com alegria, perseverança, e sobretudo, na fidelidade Àquele que me escolheu.
As necessidades humanas e eclesiais são diversas, por isso coloquei tudo de mim a serviço de todos. Embora sabendo que nem tudo eu consegui realizar, devido às limitações que nos são próprias, bem como a escassez do tempo e o processo histórico. No entanto, sempre confiei e continuo a apoiar-me na ação do Espírito Santo:
“Eu semeei e Apolo regou, mas quem faz crescer é a graça de Deus”
A celebração de hoje, e a nossa reunião em torno deste Altar em minha Igreja Catedral, não é para exaltar minha pessoa, mas para reconhecer que tudo é dom e que todo bem vem do céu.
Nossa Diocese de Itaguaí, completa nesta ano, quatro décadas de sua ereção canônica, dada em Roma pelo mesmo Papa que me nomeou bispo, o querido e sempre muito lembrado por todos os brasileiros, sobretudo os cariocas, São João Paulo II. Aqui aproveito para fazer memória do primeiro bispo, meu saudoso antecessor e fundador desta Igreja Particular Dom Vital João Geraldo Wilderick, cujos restos mortais descansam à sombra das preces dos fiéis que frequentam esta Catedral de São Francisco Xavier, para onde com reverência e gratidão o transladamos, já a algum tempo.
Durante esses 20 anos convivi e trabalhei com muitos sacerdotes, missionários e incardinados no Clero Diocesano, muitos vivos e outros já falecidos . Não escrevi esta história sozinho, mas com a participação dos que por aqui passaram e de tantos que com alegria servem com amor o nosso povo, nas paróquias e em tantas outras realidades pastorais.
Quero ainda enaltecer a participação dos leigos e leigas, jovens e voluntários que com alegria atuam nas diversas pastorais e serviços de evangelização, muitas vezes sacrificando-se para dar a vida em favor dos irmãos, naquilo que receberam do Senhor.
Minha gratidão a tantos missionários, que vindos dos mais diversos lugares gastaram um pouco de suas vidas, evangelizando e servindo a nossa Igreja. Quanta renúncia desses irmãos… Deixar a pátria, a família e com generosidade servir os mais carentes, semeando a Palavra de Deus nos corações de pessoas desconhecidas e lugares estranhos.
O Evangelho proclamado apresentou-nos Jesus sendo o Bom Pastor. O Bom Pastor conhece as suas ovelhas e dá a vida por elas. Ele não espanta, não espalha e nem divide, mas reúne todas elas num mesmo rebanho e deste modo, edifica a união na diversidade.
O Bom Pastor conhece todas as necessidades, sabe de todas as diferenças e com paciência, alimenta, cura e ampara a cada uma com solicitude paternal, encorajando e animando as ovelhas cansadas.
Nas minhas orações, eu sempre peço a Deus que o meu maior desejo, segundo a sua vontade se realize em nossa diocese e aqui seja instaurado o Reino do Sagrado Coração de Jesus: Que Ele seja amado acima de todas as coisas, servido acima de todos e anunciado com primazia diante de quaisquer outros interesses que possam haver entre nós.
Sim, “Que o Sagrado Coração de Jesus seja amado acima de todas as coisas, servido acima de todos e anunciado com primazia diante de quaisquer interesses que possam haver entre nós.”
O que dizer também da Virgem Maria, a Rainha dos Apóstolos e a Mãe de Misericórdia, padroeira da maioria das comunidades e paróquias de nossa Diocese, senão que do mesmo modo que no coração de Deus e na vida da Igreja, na minha história ela ocupa um lugar muito especial.
Em todos os momentos e situações, sinto a sua presença e experimento a sua proteção. A intercessão materna que ela me dispensa, enche de esperança e traz consolo ao meu coração, por vezes cansado e fraco.
Peço então, que ela jamais deixe de rogar por nós, por todos os seus filhos e filhas espalhados pelo mundo, peregrinos nesta terra, para que nossa caminhada seja de fé, esperança, amor e confiança na bondade divina.
Por fim, agradeço com afeto e orações a todos que aqui vieram para rezar comigo. Meu irmãos bispos, aos quais agradeço a amizade e apoio, lembrando carinhosamente dos que se fizeram presentes de tantas outras maneiras, justificando suas ausências e a tantos que hoje rezaram por mim.
De coração, quero agradecer aos sacerdotes, diáconos, religiosos, consagrados e seminaristas, bem como todos os fiéis leigos que aqui estão. Muitos vieram de longe e com muito sacrifício. Deus lhes pague!
Os amigos, os familiares, enfim, todos vocês são um dom precioso de Deus na minha vida e eu os trago no coração com muito carinho, sobretudo meus irmãos e demais parentes que hoje estão aqui. Sei que muitos desejavam, mas não puderam vir por tantos motivos, mas ainda assim quero agradecer e dar-lhes a certeza de minhas orações.
Se estou aqui como Epíscopo desta Diocese é pela graça e eleição de Deus e por aquilo que minha querida família me transmitiu.
Deus é amor!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém!
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