“Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens…” (Lc 2, 14)
Ao findar de cada ano, embalados pelo espírito natalino, é comum fazermos uma retrospectiva sobre tudo o que vivemos. Dos fatos que nos envolveram direta ou indiretamente. Lamentavelmente, algumas trevas cotidianas fazem parte de nossa existência e elas parecem ofuscar a luz e abalar a esperança. No entanto, como afirma a Palavra de Deus, para os Cristãos há uma certeza: “O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz”. (Mt 4,16; Is 9.2). Essa verdade inabalável está registrada no Antigo e no Novo Testamento. Deus prometeu e cumpriu. Portanto, a Luz sempre vence as trevas.
O Natal é a festa da Luz! É Festa de alegria, de renovação da esperança, de dissipação das trevas. Não devemos rejeitar a ideia de que no Natal as pessoas que estavam afastadas, aborrecidas umas com as outras, ou até magoadas entre si, retornem à alegria da fraternidade. Afinal a Luz de Jesus resplandece nos corações e ilumina as regiões sombrias.
Negar que o Natal possa revolver os sentimentos doloridos e que impulsiona para a reconciliação, para a fraternidade, para a solidariedade e para esperança é negar a influência de Jesus em nossas vidas. É negar que Ele nasceu para nos Salvar. É negar que Ele é a Luz. O Natal promove os sentimentos de reconciliação, de perdão e de aproximação. O Natal também recupera a bondade, estimula a caridade e reinaugura a solidariedade. “Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho unigênito, para que todo o que n’Ele crer tenha a vida eterna” (Jo 3, 16).
Podemos pensar que de nada adianta esperar o Natal para se reconciliar, ser bondoso, fraterno e solidário, se ao longo do ano, tudo foi vivido contraditoriamente, não é mesmo? Vamos inverter essa lógica!? Vamos pensar que o Natal é o começo ou o recomeço do compromisso de viver, cada dia, como se fosse um dia de Natal. Essa pode ser a grande oportunidade de dissipar as trevas.
Com os Anjos, devemos dar Glórias a Deus pela força do Natal, pela Luz vencer as trevas, em nossas famílias, em nossos ambientes de trabalho, em nossas ruas, em nossas comunidades, em nossa sociedade ou em outros ambientes de nossa convivência. Vamos permitir que sejam iluminadas as regiões sombrias com a Luz resplandecente do Menino Jesus. E como ensinou São João Paulo II na homilia na Noite de Natal em 2002: “Jesus nasce para a humanidade que vai em busca de liberdade e de paz; nasce para cada homem oprimido pelo pecado, necessitado de salvação e sedento de esperança”. Portanto, não vamos encobrir a Luz!
