Todos os anos a Festa do Divino costuma nos surpreender porque sempre vem de um jeito novo. Padre Roberto chegou a dizer que ela consegue se realizar sozinha, independente de nós. Em tempos de pandemia, um pouco abalados, achamos que não seria assim e nos perguntamos: como superar a distancia e o isolamento que nos trouxe o coronavirus ? Esquecemos que Deus tem sempre uma maneira inédita de nos mostrar os céus e que o Divino conhece caminhos para chegar ate nós que não supomos e sequer sonhamos.
Desta vez, Ele veio se alojar nas casas inspirando as pessoas e celebrá-lo em família, incentivando a montagem de altares, confecção de bandeiras, vestir as crianças de anjinhos, levando o povo a cantar e louvar. São cenas sem espectadores, que ficamos conhecendo através das fotos que uns enviavam aos outros, numa animada cumplicidade. Isolados sim, afastados fisicamente, mas unidos numa imensa corrente de fé.
De casa, todas as noites, entre 22 e 31 de maio, ficamos em perfeita sintonia com a Matriz, onde a Paróquia Nossa Senhora dos Remédios se fazia viva e ativa, através de missas bem preparadas pelo pequeno grupo que era permitido estar lá: padres, festeiros, acólitos, leitores e músicos que se revezavam a cada dia. Cumpriram à risca tudo que se pedia para celebrar a novena e o dia de Pentecostes. A começar pela igreja, adornada de vemelho e branco, pronta para receber um público imenso, que permanecia em casa !
Não foi possível lotar a igreja e isso, no começo, trouxe uma dor ao coração, depois substituí da por uma força enorme… sabíamos que estávamos lá, ocupando o mesmo lugar de sempre, de todos os anos. Tudo que se passava no altar nos aquecia e fortalecia. Esse Divino 2020 que não conheciamos propiciou encontros inéditos com o Espirito Santo.
Será com certeza uma história que os mais jovens contarão e os mais velhos deixarão como recordação aos netos e bisnetos. Haverá registro nos livros e as familias hão de comentar, uma Festa do Divino feita à portas fechadas mas com um alcance tão grande, que ultrapassou barreiras, atravessou fronteiras e chegou a lugares nem imaginados. Bendita tecnologia que tornou possível as transmissões online que a Pascom Paraty soube tão bem aproveitar. E que pena que terminou.
Mas ano que vem estaremos novamente reunidos como estavam em Jerusalém ! Que bom que será com esses festeiros e a mesma comissão, não para dizer que 2020 não valeu, mas para completar o que desta vez faltou: andar pelas ruas e praças em procissão, seguir o Resplendor do Divino, almoçar a melhor comida partilhada que conhecemos. Vamos esperar. Vem muito trabalho pela frente. Quem viver verá !
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