O Natal é uma festa cristã, mas somente educando para a introdução no Mistério do Sagrado poderá, assim, ser celebrado e vivido. Preservar a simbologia do Natal é uma obrigação do cristão. Nos eventos de final de ano, impulsionados pela proximidade do Natal, o que é mais visualizado: o gorro vermelho ou a manjedoura? Quem é mais aclamado: Papai Noel ou Jesus?O Catecismo da Igreja Católica é claro ao explicar sobre a importância dos sinais e símbolos: “Na vida humana, sinais e símbolos ocupam um lugar importante. Sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais por meio de sinais e de símbolos materiais. Como ser social, o homem precisa de sinais e de símbolos para comunicar-se com os outros pela linguagem, por gestos e por ações. Vale o mesmo para sua relação com Deus. (§1146)”
Nas escolas católicas, na catequese, nas famílias e comunidades, as comemorações natalinas têm dado espaço e lugar à mística da simbologia cristã do Natal?
Nossa ação educativa, evangelizadora e catequizadora conduz para dentro do mistério do Natal? As ornamentações de nossas Igrejas são essencialmente inspiradas pela simbologia do Natal Cristão? São interrogações importantes, já que, lamentavelmente, em muitas situações, a simbologia pagã ofusca a essência do Natal Cristão.
O Papa Bento XVI deixou claro, em Catequese em Audiência Pública no Natal de 2011: “Façamos com que, também na sociedade contemporânea, a troca dos bons votos não perca o seu profundo valor religioso, e a festa não seja absorvida pelos aspectos exteriores, que tocam as cordas do coração. Sem dúvida, os sinais externos são bonitos e importantes, contanto que não nos distraiam mas, ao contrário, nos ajudem a viver o Natal no seu sentido mais verdadeiro, o sagrado e cristão, de modo que também a nossa alegria não seja superficial, mas profunda”.
Os espaços, o tempo e, em muitos casos, os corações, deixam-se preencher por outra simbologia natalina, que não é a de Jesus. O júbilo da presença de Deus, que se fez Menino em nosso meio, é facilmente substituído por outras propostas que, embora encantadoras, não celebram a essência do Natal. “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”. (Jo 1, 11) O Papa Bento XVI, na Homilia da Missa da noite de Natal de 2011, novamente refletiu: “Hoje, o Natal tornou-se uma festa dos negócios, cujo fulgor ofuscante esconde o mistério da humildade de Deus, que nos convida à humildade e à simplicidade.
Peçamos ao Senhor que nos ajude a alongar o olhar para além das fachadas lampejantes deste tempo, a fim de podermos encontrar o menino no estábulo de Belém e, assim, descobrimos a autêntica alegria e a verdadeira luz”.
A simbologia que escolhemos para lembrar o Matal nos recorda que somos hospedaria afetiva ou material para os irmãos? Cultivar a mística natalina pela simbologia cristã é recordar definitivamente que o Natal não pode ser celebrado sem a dimensão divina. O Papa Francisco, na homilia da Missa da noite Natal de 2017, nos lembrou que: “Natal é tempo para transformar a força do medo em força da caridade, em força para uma nova imaginação da caridade. A caridade que não se habitua à injustiça como se fosse algo natural, mas tem a coragem, no meio de tensões e conflitos, de se fazer ‘casa do pão’, terra de hospitalidade”.
Esse não é somente o desejo de Papa Francisco, mas o sonho de Deus para a humanidade. Deus nos enviou o seu Filho para nos livrar do pecado. “… mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,” (Jo 1,12). Eis a essência do Natal! Ela precisa ser ensinada, lembrada, cultivada, celebrada para que a “palavra do mundo” não esconda o mistério da humildade de Deus e a hospitalidade da “casa do pão”. A Simbologia Cristã deve ser escolhida como um método educativo sobre a essência do Natal.
A noite de Natal lembra-nos que a “graça de Deus se manifestou em Jesus, antecipando o céu na terra. Jesus, o Menino nascido na Manjedoura, é sinal da esperança, da paz, da libertação, da misericórdia e do amor. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1, 14)
Fonte: Joana Darc Venâncio
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